O garimpo artesanal de ouro (Au) é a atividade que mais consome mercúrio (Hg) no mundo e representa a principal fonte de contaminação ambiental por esse elemento, um problema recorrente na Amazônia. Este estudo avaliou a contaminação e os riscos causados pelo Hg ao meio ambiente e à saúde humana em diferentes modalidades de garimpo artesanal de ouro na Amazônia brasileira. Para isso, foram coletadas 25 amostras de solos e rejeitos em três tipos de garimpo e em área de floresta nativa. As análises mineralógicas não identificaram minerais constituídos por Hg, porém, as concentrações encontradas nos rejeitos de garimpo subterrâneo foram muito elevadas, ultrapassando os valores de prevenção definidos pela legislação ambiental brasileira, o que evidencia alto risco tanto para os ecossistemas quanto para as populações locais.
O fator de enriquecimento demonstrou que os rejeitos provenientes do garimpo subterrâneo — submetidos ou não à cianetação — estão enriquecidos em Hg, confirmando a origem antrópica das altas concentrações. Já o índice de geoacumulação e o fator de contaminação indicaram que os rejeitos do garimpo coluvial apresentam contaminação moderada, enquanto os do garimpo subterrâneo variam de altamente a extremamente contaminados, configurando riscos muito elevados ao meio ambiente e, em especial, à saúde de crianças da região.
Os resultados deste trabalho oferecem subsídios relevantes para a formulação de políticas públicas e estratégias de mitigação da contaminação ambiental por Hg na Amazônia, contribuindo para a redução dos impactos socioambientais associados ao garimpo artesanal de ouro.
Comentários (0)
Seja o primeiro a comentar.
Deixe seu comentário